30/04/2020 09:45
Mercados em forte queda, turbulência nas Bolsas de Valores, sequência de Circuit Breakers, novo Coronavírus assombrando o mundo, queda no Petróleo e notícias pouco animadoras.
Com o pedido de isolamento social para evitar uma propagação do novo vírus maior do que seria suportado pelo sistema de saúde, há preocupação com a manutenção dos resultados das empresas, afinal, o ritmo do consumo está diminuindo.
A preocupação é geral. Muitos boatos, fake news e teorias da conspiração parecem deixar o mercado e os investidores ainda mais tensos.
Está em jogo o entendimento que investidores têm do quanto as empresas vão perder em resultado, o quanto isso impacta em seus lucros e qual prejuízo isso pode gerar. Não é segredo que sem lucros, não há distribuição dos resultados e nem crescimento dos negócios.
Daí, vem a segunda preocupação: recessão nos vários países do mundo.
O que está forçando a baixa dos mercados já não é mais o Coronavírus por si só, e sim a preocupação com uma recessão. É preciso ter cautela ao tomar decisões.
Após a sequência de Circuit Breakers, não se pode negar que há certo sentimento de pânico entre os investidores. Dessa forma, surgem muitas dúvidas.
Devo resgatar todo o meu investimento em Renda Variável?
É hora de comprar? Até quando vai cair?
Em uma Live especial para o canal do BTG Pactual digital, Gustavo Cerbasi dá duas recomendações muito importantes:
Estratégia: sua proteção para grandes perdas
Neste momento de mercados em forte queda, é preciso entender o que te protege de uma grande perda: a estratégia por trás do seu portfólio de investimentos.
Além dos investimentos em renda variável, nos quais você pode assumir mais riscos em busca de obter maiores retornos, o que te dará mais segurança em momentos de crise é garantir que você também está olhando para dois pontos importantes em sua carteira: a reserva de emergência e a reserva para o futuro.
Reserva de emergência
Assim como orientam os especialistas do mercado, o ideal é ter um investimento em Renda Fixa ou em algum produto que ofereça maior liquidez para lidar imprevistos e agora, com os próximos meses de incerteza.
Apesar da vontade de destinar os recursos desse colchão financeiro para investir em Renda Variável e aproveitar o momento de queda do mercado, é interessante olhar com cautela para sua reserva de emergência e até, eventualmente, aumentá-la. Afinal, não se sabe como serão os próximos meses e se você precisará destes recursos para atender alguma necessidade. Dessa forma, pense duas, três o até dez vezes antes de dar outro fim para sua reserva.
Reserva para o futuro
Muito se fala sobre a importância de pensar no futuro para ter uma renda na aposentadoria, por exemplo. Para isso, muitos investidores apostam nos Fundos de Previdência, que também podem estar sofrendo com as quedas do mercado. Dessa forma, a dica é manter a calma e deixar os gestores fazerem o seu trabalho.
Além disso, observe se o produto escolhido é adequado para o seu perfil. Se você tem 20 anos pela frente, uma boa opção pode ser um investimento mais arrojado. Se tem 5 anos, a alternativa pode ser algo mais conservador. É nesses momentos de turbulência que você vai entender ainda mais a importância de fazer escolhas que estejam de acordo com o seu perfil.
É hora de encerrar as posições? Duas grandes dúvidas respondidas.
Em momentos de instabilidade na Bolsa, surgem grandes dúvidas. Para te ajudar, vamos responder dois dos maiores questionamentos que recebemos.
Ações: Se eu perdi muito, devo sair do papel A e comprar o papel B?
A resposta é depende. Depende do quanto você perdeu, quanto espera ganhar com o outro papel e que condições sugerem ao ativo B um desempenho melhor que o A. Mantenha a calma e evite tomar decisões precipitadas. Se precisar de ajuda, conte com o apoio de um especialista.
Fundos de Ações: Devo sair do meu fundo de ações para tentar comprar mais baixo após um determinado período?
A primeira dica é avaliar a liquidez do seu fundo. Dependendo do prazo de resgate, a situação pode mudar até a data em que você receberá seu dinheiro de volta, causando mais frustração. Além disso, na recuperação você terá que arcar com o Imposto de Renda sobre o lucro.
Então, aí vai mais uma dica. Se você possui um bom produto, uma boa estratégia e entende que no longo prazo o gestor pode fazer escolhas que o conduzirão a uma situação mais interessante e mais próspera, pode ser uma decisão mais inteligente aguardar e não realizar o resgate precipitadamente.
Resgatar o dinheiro, pode ser reconhecer uma perda significativa que está muito perto de ser esgotada. Por isso, contas precisam ser feitas antes de qualquer resgate.
Mercados em forte queda, grande tendência de recuperação
Em momentos de quedas bruscas, não por uma má avaliação, mas por uma mudança de cenário – como o que está ocorrendo, é fundamental manter a calma e entender o papel dos gestores e analistas nos quais você confia.
Quanto maiores as perdas, mais forte é a tendência de recuperação. Hoje, não é possível bater o martelo sobe o prazo que o mercado irá demorar para se recuperar da crise atual. Contudo, quem investe em Renda Variável já aprendeu a lição número um: ter visão de longo prazo. Assim, haverá tempo hábil para se recuperar de situações críticas.
Atualmente, com o mercado mais capilarizado e com o auxílio da tecnologia, as recuperações são mais consistentes quando as condições sugerem esse caminho.
No passado, as negociações eram feitas por telefone, o nervosismo do mercado afastava as pessoas, negociadores perdiam a saúde e corretoras fechavam as portas.
Hoje, tudo feito de forma digital e a partir do momento que se entende que a oportunidade está clara, os agentes que dão liquidez para o mercado e o grande número de investidores podem fazer com que essa recuperação realmente aconteça.